Ansiedade: O Que é, Sintomas e 7 Estratégias Práticas para Aliviar o Estresse Diário

A ansiedade é uma sensação que todos experimentam em algum momento da vida, principalmente em situações de incerteza ou pressão. Esse sentimento é uma resposta normal e até saudável, pois nos coloca em alerta e nos prepara para enfrentar desafios. No entanto, quando prolongada, a ansiedade pode causar sintomas que afetam a saúde mental e física, dificultando o sono, o trabalho e até as relações pessoais.

Este artigo traz 7 estratégias práticas, baseadas em evidências científicas, para lidar com a ansiedade e ter uma rotina mais equilibrada. Ao longo do texto, exploraremos cada técnica e como ela pode contribuir para reduzir o estresse do dia a dia.

O Que é a Ansiedade e Como Ela Afeta o Corpo e a Mente

De acordo com a literatura

Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.1.

Tem algo no meu futuro que eu percebo que não consigo controlar, acredito que não vai acontecer como eu gostaria, e isso me causa desconforto.

A ansiedade pode se manifestar tanto fisicamente quanto emocionalmente, com sintomas que variam em intensidade. Os sinais físicos comuns incluem palpitações, sudorese, tremores, falta de ar e tensão muscular. No aspecto emocional, é comum sentir uma inquietação constante, preocupação excessiva, dificuldade de concentração e irritabilidade. Esses sintomas podem surgir diante de situações específicas ou persistir mesmo quando não há uma ameaça concreta, e, quando se tornam intensos ou frequentes, podem prejudicar o sono, as relações e a rotina diária.

7 estratégias práticas para lidar com a ansiedade

1. Como a Respiração Profunda Pode Reduzir Sintomas de Ansiedade

A respiração profunda, ou diafragmática, é uma técnica muito eficaz para reduzir a resposta do corpo ao estresse, o que ocorre porque ela ativa o sistema nervoso parassimpático, que desacelera a frequência cardíaca e induz uma sensação de relaxamento. Estudos sobre técnicas de relaxamento demonstram que a respiração diafragmática auxilia no controle dos sintomas de ansiedade, permitindo uma redução significativa da tensão e facilitando a sensação de relaxamento. 2

Como fazer: Em um local confortável, sente-se ou deite-se e coloque uma mão sobre o abdômen. Inspire profundamente pelo nariz, expandindo o abdômen, e segure o ar por alguns segundos. Depois, exale lentamente pela boca, permitindo que o abdômen volte à posição inicial. Repetir essa prática por cerca de 5 minutos pode proporcionar uma sensação de alívio e tranquilidade.

2. Atenção Plena: Técnica para Reduzir o Estresse e Ansiedade

A prática de mindfulness, ou atenção plena, envolve focar no presente de forma não reativa, permitindo observar pensamentos e emoções com uma atitude de aceitação e sem julgamento. No contexto do estresse e da ansiedade, essa prática é útil porque ensina o praticante a reconhecer suas respostas automáticas e a escolher formas mais saudáveis de lidar com as emoções.3 Segundo o estudo de Kabat-Zinn (1992)4, a prática regular de mindfulness pode reduzir sintomas de ansiedade, promovendo um aumento no bem-estar emocional e fortalecendo a capacidade de resiliência frente ao estresse e às adversidades do cotidiano.

Prática recomendada: Reserve alguns minutos do seu dia para uma atividade que promova relaxamento e presença, como ler um livro, ouvir uma música suave ou caminhar ao ar livre. Durante essa prática, direcione sua atenção aos detalhes específicos da experiência: observe o significado das palavras que lê, a melodia e os instrumentos da música ou as sensações físicas enquanto caminha. Se pensamentos externos surgirem, gentilmente redirecione o foco para o que está fazendo no momento, sem se envolver com as preocupações que não estão relacionadas à atividade. Repetir essa prática ajuda a fortalecer sua presença no momento e a desenvolver uma relação mais tranquila com suas emoções, ao permitir que você esteja mais ancorado no presente.

3. A Importância do Exercício Físico no Combate à Ansiedade

O exercício físico é amplamente reconhecido como uma intervenção eficaz para promover o bem-estar mental e reduzir sintomas de ansiedade. Segundo Peixoto (2021)5, a prática de exercícios não apenas libera endorfinas, que ajudam a melhorar o humor, mas também favorece o desenvolvimento de emoções positivas e melhora a percepção de saúde. Estudos mostram que o exercício físico, especialmente quando praticado de forma regular e prazerosa, pode atuar como um elemento fundamental na promoção da saúde mental, proporcionando aumento de autoestima e diminuição do estresse​.

Dica prática: Encontre atividades físicas que você realmente aprecie, como caminhadas ao ar livre, dança ou exercícios em grupo. O mais importante é manter a constância, dedicando pelo menos 30 minutos, três vezes por semana. Escolher atividades que proporcionem prazer e bem-estar facilita o hábito, promovendo benefícios duradouros para a saúde mental.

4. Como o Sono Impacta a Saúde Mental e os Níveis de Ansiedade

A qualidade do sono está intimamente ligada à ansiedade. A falta de sono pode intensificar a sensação de ansiedade e reduzir a capacidade de lidar com o estresse. Estudos indicam que uma boa rotina de sono ajuda a regular o humor e reduz sintomas de ansiedade (Silva, 2022)6.

Como melhorar o sono: Crie um ambiente propício para dormir, com pouca luz e sem eletrônicos. Tente dormir e acordar nos mesmos horários todos os dias. Evite cafeína e bebidas energéticas à noite e busque atividades relaxantes antes de dormir.

5. Reduzindo a Ansiedade com a moderação no Consumo de Cafeína

O consumo de cafeína e outros estimulantes, especialmente em altas doses, pode intensificar os sintomas de ansiedade, aumentando a sensação de alerta e, em alguns casos, agravando a inquietação. Pesquisas mostram que moderar o consumo de cafeína pode ajudar a diminuir esses sintomas e contribuir para o bem-estar mental.7

Recomendação prática: Substitua o café por chás de ervas, como camomila ou erva-doce, e limite o consumo de cafeína ao início do dia. Reduzir gradualmente o consumo pode evitar sintomas de abstinência e proporcionar uma sensação de calma mais constante.

6. Dicas de Organização para Diminuir a Ansiedade Diária

A ansiedade muitas vezes surge da sensação de sobrecarga, quando o tempo parece insuficiente para cumprir todas as obrigações. A organização das tarefas pode aliviar essa pressão e proporcionar uma maior sensação de controle. Estudos demonstram que o planejamento eficaz do tempo, com definição de metas e estabelecimento de prioridades, ajuda a reduzir a ansiedade e a melhorar o desempenho.8

Sugestão prática: Dedique alguns minutos no início da semana para listar e organizar suas atividades. Priorize o que é mais importante e divida projetos grandes em etapas menores, acompanhando seu progresso ao longo do tempo. Esse método ajuda a diminuir a ansiedade, pois aumenta a percepção de avanço e a sensação de controle.

7. O Papel do Apoio Social e Profissional no Controle da Ansiedade

Durante períodos de alta ansiedade e estresse, o apoio social e a ajuda profissional são fundamentais para a saúde mental. Segundo Ornell (2020)9, contar com o suporte de familiares, amigos e profissionais de saúde mental reduz sintomas de ansiedade e auxilia as pessoas a enfrentarem melhor as incertezas e pressões diárias. A escuta acolhedora e as intervenções profissionais ajudam a aliviar o peso emocional e a clarear as dificuldades enfrentadas, proporcionando resiliência e bem-estar.

Prática recomendada: Compartilhe suas preocupações com pessoas de confiança. Se a ansiedade persistir e impactar sua rotina, busque ajuda profissional, como a de um psicólogo. A terapia pode oferecer ferramentas específicas e personalizadas para enfrentar a ansiedade de forma mais eficaz.

Conclusão

A ansiedade é uma resposta natural que nos ajuda a enfrentar desafios e situações de incerteza. No entanto, quando constante, pode prejudicar o bem-estar físico e emocional. Implementar estratégias como a respiração profunda, mindfulness, exercícios físicos, uma rotina de sono adequada, moderação de estimulantes, organização do tempo e apoio social são formas práticas e eficazes de controlar a ansiedade e promover uma vida mais equilibrada.

Essas práticas, aplicadas de maneira consistente, ajudam a desenvolver resiliência emocional e uma relação mais saudável com os próprios sentimentos, permitindo uma rotina mais tranquila e satisfatória.

Dica final: Se você sente que a ansiedade está impactando sua vida, considere buscar ajuda de um profissional de saúde mental. A psicoterapia pode oferecer um apoio valioso e técnicas específicas para lidar com a ansiedade

Referências

  1. CASTILLO, A. R. G., RECONDO, R., ASBAHR, F. R., & MANFRO, G. G. (2000). Transtornos de ansiedade. Brazilian Journal of Psychiatry, 22, 20–23. ↩︎
  2. WILLHELM, A. R., ANDRETTA, I., & UNGARETTI, M. S. (2015). Importância das técnicas de relaxamento na terapia cognitiva para ansiedade. Contextos Clínicos, São Leopoldo, v. 8, n. 1, p. 79-86 ↩︎
  3. VANDENBERGHE, L.; SOUSA, A. C. A. (2006) Mindfulness nas terapias cognitivas e comportamentais. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 1-8 ↩︎
  4. KABAT-ZINN J, MASSION AO, KRISTELLER J, PETERSON LG, FLETCHER KE, PBERT L, LENDERKING WR, SANTORELLI SF. Effectiveness of a meditation-based stress reduction program in the treatment of anxiety disorders. Am J Psychiatry. 1992 Jul;149(7):936-43 ↩︎
  5. PEIXOTO, E. M. Exercício Físico: Compreendendo as Razões para Prática e seus Desfechos Psicológicos Positivos. Avaliação Psicológica, Campinas, v. 20, n. 1, p. 52-60, 2021. ↩︎
  6. SILVA, D. N.; LIMA, A. O.; SANTOS, L. A.; BARRETO, D. M.; PITHON, K. R. Qualidade de sono e níveis de ansiedade entre estudantes universitários. Mundo Saúde (Online), v. 46, p. e11382021, 2022. ↩︎
  7. SILVA, D. N.; et al. Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes em Instituições de Ensino de Montes Claros/MG. Revista Brasileira de Medicina, v. 35, p. 1-9, 2022. ↩︎
  8. MACHADO, L. F.; SCHWARTZ, G. M. Gestão do tempo: percepções de gerenciamento com estudantes de Pós-Graduação. Psicologia da Educação, São Paulo, v. 47, p. 67-77, 2018. ↩︎
  9. ORNELL, F.; SCHUCH, J. B.; SORDI, A. O.; KESSLER, F. H. P. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia (Campinas), 37, e200063, 2020 ↩︎